YAGO SALES
DA REDAÇÃO
João Teixeira de Farias, o médium João de Deus, de 79 anos, foi preso no final da manhã de quarta-feira (26), após cumprimento de mandado de prisão por um dos crimes sexuais pelos quais é investigado.
Uma explicação à prisão é que, no dia anterior, a Netlflix, serviço de streaming, abriu o acesso ao documentário João de Deus: Cura e Crime. Com depoimentos inéditos, a produção traça o perfil não apenas do religioso e apontado por mais de 300 mulheres e dezenas de testemunhas como abusador de suas vítimas.
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A película documenta a característica machista, violenta e autoritária do homem que "loteou" o município de Abadiânia com o poder que o cercava. Ali, como revela a repórter Sarah Teófilo - que à época que o escândalo explodiu era repórter do jornal O Popular - João de Deus mandava e desmandava. Dava ordens, autorizava e desautorizava como um miliciano.
Escolhia a seu bel prazer quem seria eleito, ou não, para vereador e prefeito. Tinha relação com polícia - civil e militar - e, com isso, garantiu a injustiça durante décadas diante de suspeitas que vão do estupro a assassinatos.
No trailer do documentário, João de Deus dá um depoimento que ainda não está mais disponível. Mas, sentando na famosa cadeira, usando uma camisa azul, engordado de novo depois de mais de ano solto, não deverá surpreender muito. Certamente negará os crimes, assim como diversas outras pessoas entrevistadas que ainda têm ligações com a casa Dom Inácio e com o poderio construído em volta da figura do protagonista de um dos mais assustadores casos de abuso coletivo do mundo.